Inserindo-se na perspectiva das investigações que articulam gênero e desigualdades sociais, este trabalho quer se centrar na percepção que, sobre este tema, apresentam feministas atuantes em sindicatos do campo da educação. Considera-se recente uma apropriação maior dos temas relativos a gênero por parte de sindicalistas, independentemente do sexo. Ser mulher sindicalista não garante conhecimentos sobre gênero nem convencimento de sua importância crucial nas relações de poder social: as percepções dos indivíduos são influenciadas mais diretamente por seus valores pessoais, discutidos e apropriados (ou não) por seu grupo político ou corrente sindical. Entretanto, as sindicalistas informantes deste estudo não apenas reconhecem a importância da categoria gênero, como a usam cotidianamente para interpretar processos sociais, inclusive considerando, a si mesmas, feministas. Neste sentido, se ainda não é uniforme a ideia de levar adiante lutas em relação a gênero entre direções sindicais, o que caracterizaria as mulheres que, sim, defendem essa pauta de ação e, além disso, identificam-se como feministas? Nossas informantes são cinco sindicalistas renomadas no âmbito da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação – CNTE, organização formada por 52 sindicatos da educação básica pública brasileira. A partir de entrevistas, foram abordados os seguintes aspectos: suas trajetórias políticas; o processo pelo qual se tornaram feministas e que concepções têm sobre os feminismos; como ocorrem as articulações entre mulheres feministas e sobre o que elas atuam. Os resultados da análise, em termos de empoderamento feminino, são dois. Primeiro, a importância da sororidade para formar novos quadros – o empoderamento é algo que se produz coletivamente; segundo, a importância das cotas para exercitar a construção cultural de que as mulheres também podem ser dirigentes. Ademais, em termos de concepção de feminismo, as mulheres parecem indicar características próximas as do feminismo radical, passando pelo socialista e chegando à concepção interseccional.
Ubicándose en la perspectiva de las investigaciones que articulan las desigualdades sociales y de género, este trabajo quiere centrarse en la percepción que, sobre esto, tienen las feministas activas en los gremios en el campo de la educación. Se considera reciente una mayor apropiación de temas relacionados con el género por parte de sindicalistas, independientemente del género. Ser mujer sindicalista no garantiza el conocimiento sobre género ni el convencimiento de su importancia crucial en las relaciones sociales de poder: las percepciones de los individuos están más directamente influidas por sus valores personales, discutidos y apropiados (o no) por su grupo político o corriente sindical. Sin embargo, las informantes de este estudio no sólo reconocen la importancia de la categoría género, sino que la utilizan cotidianamente para interpretar los procesos sociales, incluso considerándose feministas. Así, si la idea de realizar luchas relacionadas a género entre las dirigencias sindicales aún no es uniforme, ¿qué caracterizaría a las mujeres que sí defienden esta agenda de acción y, además, se identifican como feministas? Nuestras informantes son cinco sindicalistas de renombre en el ámbito de la Confederación Nacional de los Trabajadores de la Educación - CNTE, organización formada por 52 sindicatos de educación básica pública en Brasil. A partir de entrevistas se abordaron los siguientes aspectos: sus trayectorias políticas; el proceso por el cual se hicieron feministas y qué concepciones tienen sobre los feminismos; cómo se dan las articulaciones entre mujeres feministas y sobre qué actúan. Los resultados del análisis, en términos de empoderamiento femenino, son dos. Primero, la importancia de la sororidad para formar nuevos cuadros – el empoderamiento es algo que se produce colectivamente; segundo, la importancia de las cuotas para el ejercicio de una cultura en la que las mujeres también puedan ser líderes. Además, en cuanto a la concepción de feminismo, las mujeres parecen indicar características cercanas a las del feminismo radical, pasando por el socialista y llegando a la concepción interseccional.
Placing itself in the perspective of investigations that connect gender and social inequalities, this work aims to center in the perception that, under the present theme, it brings women who work hard in trade unions in the field of education. It is considered recent a larger appropriation of themes regarding gender by unionists, regardless of gender. Being a unionist woman does not assure knowledge about gender nor persuasion of its crucial relevance in social power relationships: the perceptions of individuals are influenced more directly by their personal values, discussed and appropriated (or not) by their political group or union bias. However, the informant unionists from this study not only acknowledge the importance of gender as well as they use it on a daily basis to interpret social processes, even considering themselves as feminists. In this regard, if it is still not uniform the idea concerning the fact of putting into practice the fights regarding gender among union boards, which would characterize the women that, surely, defend this agenda of action and, besides that, identify themselves as feminists? Our informants are five well-known unionists in the scope of the Education Workers National Confederation – CNTE, an organization formed by 52 Brazilian public basic education trade unions. As of the interviews, the following aspects were approached: their political history; the process by which they became feminists and what idea they have about feminism; how the partnerships take place between feminist women and about what they work on. The analysis results, in terms of female empowerment, are two. First, the importance of sorority to form new directing boards– empowerment is something that is produced collectively; second, the importance of quotas to practice the cultural construction that women can also be leaders. Furthermore, in terms of the conception of feminism, the women seem to indicate characteristics close to radical feminism, going through socialist feminism and reaching an intersectional conception.